h1

Semiótica

novembro 22, 2010

Semiótica

 A palavra semiótica vem do grego semeiotiké ou “a arte dos sinais”.

O estudo dos signos remonta às próprias origens do pensamento filosófico. 
Pensadores como Platão e Santo Agostinho, por exemplo, deixaram suas contribuições na construção do que viria ser uma ciência dos signos. Vem de Agostinho (354-430) a clássica definição de que “um signo é algo que, ao ser percebido, traz à consciência alguma coisa que não é ele mesmo”. Jonh Locke, no séc. XVII, já havia utilizado o termo “semeiotiqué”(no grego) para designar uma futura ciência dos signos em geral.

Historicamente, a jovem ciência denominada como Semiótica, se originou em três locais de culturas muito diferentes: União Soviética (A.N. Viesselovski e A.A. Potiebniá e N.I. Marr), Europa Ocidental (F. de Saussurre) e E.U.A (C.S. Peirce). Emergindo ao mesmo tempo em espaço e paternidades diferentes, gera o inicio de uma “consciência semiótica”, ou seja, consciência da linguagem.

Embora o projeto de construir uma “ciência dos signos” já existisse há algum tempo, pode se dizer que o aparecimento efetivo dessa ciência se verifica apenas nos meados do século XX.

 Semiótica/ semiologia

             De todas as nascentes da semiótica, as que obtiveram maior projeção (estudo aprofundado) foram:

  •  Semiologia (correspondente à tradição européia, iniciada por Ferdinand Saussure -1857-1913);
  •  Semiótica (correspondente à tradição anglo-saxônica, iniciada por Charles Sanders Pierce – 1839-1914).

Saussure

  • Ferdinand Saussure (1857-1913) foi um linguista e filósofo suíço cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência e desencadearam o surgimento do estruturalismo. Além disso, o pensamento de Saussure estimulou muitos dos questionamentos que comparecem na linguística do século XX. A Semiótica Européia, em um de seus expoentes mais fortes, está fundamentada a partir do livro “Tratado de Lingüística Geral”, de Ferdinand de Saussure. Constituiu-se como ponto de partida para a Semiologia desenvolvida por Rolland Barthes.

Peirce

  • Charles Sanders Pierce (1839-19014) foi um estudioso polivalente, um homem muito além de sua época. Dedicou-se às mais diversas áreas da ciência: matemática, física, astronomia, química, linguística, psicologia, história, lógica e filosofia. Sua paixão e interesse por entender a lógica das ciências era, em primeiro lugar, entender seus métodos de raciocínio. A assombrosa diversidade de campos de interesse e a dedicação incondicional, permitiu que Pierce enxergasse o mundo ao redor de uma forma mais abrangente, o que o levou a formular uma teoria lógica, a qual definiu, semiótica.

 

Conceito

Compreende-se por semiótica a teoria geral de toda e qualquer linguagem, verbal e não verbal que estuda os signos e a relação que eles estabelecem entre si na produção de sentido.

Segundo Santaella (1992, p.2) “ a semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de sentido”.

O que é um fenômeno?

É tudo aquilo que aparece à mente, corresponde a algo real ou não.

Tudo aquilo que força-se sobre nós, impondo-se ao nosso reconhecimento, tudo o que aparece à consciência.

 

Existe diferença entre semiótica e semiologia?

Ainda que seja corrente o uso dos termos semiótica/ semiologia como sinônimos, ambas são densamente marcadas por origens teóricas distintas e, portanto, rigorosamente falando, insinuam pressupostos diferentes e apontam para orientações diferentes. Enquanto a semiologia de Saussure aprofundou seus estudos na lingüística, a semiótica de Pierce é mais abrangente e se aplica a toda e qualquer área, podendo realmente ser considerada a teoria geral dos signos.

  • Saussure– analisa os signos em pares dicotômicos: significante/significado; língua/fala; denotativo/conotativo etc.
  • Pierce – analisa os signos em uma relação tríadica : primeiridade( qualidade), secundidade (relação ou reação), terceiridade( representação ou mediação).

 

Signo

A palavra signo vem do latim “signum”, em grego “semêion”, que provém de sécnon, raiz do verbo “cortar”, extrair parte de, porque, de acordo com Peruzzolo(2004, p.53), “primitivamente o signo era pensado como algo que se referia a uma coisa completa, maior e da qual era extraído, porque, desde muito cedo, o homem se dá conta desse jogo de significação que conjuga matéria, pensamento e ação”, ou seja, é algo que é colocado no lugar de outra coisa.

Detalhadamente, o signo é qualquer coisa de qualquer espécie (uma palavra, um livro, uma biblioteca, um grito, uma pintura, um museu, uma pessoa, uma mancha de tinta, um vídeo etc.) que representa outra coisa, chamada de objeto do signo, e que produz um efeito interpretativo em uma mente real ou potencial, efeito este que é chamado de interpretante do signo.

Os signos se organizam e fazem sentido sempre dentro de processos comunicacionais que, por sua vez, inscrevem-se sempre dentro de códigos (que podemos chamar de linguagem).

Ex.: A  chave não é a palavra chave. A palavra chave é que se refere ao que chamamos chave.

Obs. Para que a palavra chave se refira áquilo a que chamamos chave, é necessário alguém (ou algo) capaz de fazer a relação entre a palavra chave e aquilo que ela representa.

Signo envolve uma ação interpretadora entre três elementos: Signo-Objeto-Interpretante. Diante de qualquer fenômeno, isto é, para conhecer e compreender qualquer coisa, a consciência produz um signo, ou seja, um pensamento como mediação irrecusável entre nós e os fenômenos.

Semiótica de Peirce

Para Peirce, a Semiótica seria a ciência dos signos, é uma ciência geral, uma espécie de “matemática universal” que engloba todas as outras ciências .

O homem significa tudo aquilo que o cerca numa concepção tríadica:

  • primeiridade ( qualidade): é presente e imediato, é inicialmente original, espontâneo e livre, precede toda síntese e toda diferenciação. A qualidade de ser e de sentir; a qualidade da consciência imediata e uma impressão, indivisível, não analisável, inocente e frágil. Ex.:  a cor “azul” puramente, dissociada de qualquer outra coisa.
  • secundidade (relação e reação): é quando o sujeito lê com compreensão e profundidade de seu conteúdo. Materialização da qualidade. Ex: onde a cor azul foi corporificada, no céu.
  • terceiridade ( representação e mediação): são exploradas as expectativas cognitivas, intelectuais. O indivíduo conecta a frase a sua experiência de vida, fornece à oração, um contexto pessoal.

 Ex: o azul do céu em um contexto

 Os signos se classificam como:

  • Ícone. (tem como fundamento um quali-signo). Mostra uma qualidade que é similar à do objeto a que se reporta.

Ex. Uma fotografia de um objeto. Não é o objeto em si, mas é a representação do real.

  • Índice. ( tem como fundamento um sin-signo). Um signo que mantém uma conexão física ou relacional com seu objeto.

Ex. Uma nuvem de fumaça que indica a existência de fogo.

  • Símbolo. ( tem como fundamento um legi-signo). Um signo que mantém uma relação baseada em uma lei de representação ( convencionado).

            Ex. O semáforo. O significado das cores verde, amarelo e vermelho inseridas nesse contexto,  ja é algo legitimado.

Conclusão

A semiótica é uma das possibilidades de análise dos fenômenos comunicacionais e, portanto, pode ser utilizada para explicar a produção de sentido que se dá  na mente humana em inúmeras áreas de estudo.

Lembrando que para explorar o potencial comunicativo, a semiótica propõe três pontos de vista fundamentais e complementares através dos quais se procede às análises.

  • O ponto de vista qualitativo-icônico;
  • O singular-indicativo;e
  • Convencional-simbólico.

 

Bibliografia pesquisada:

SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica.

SANTAELLA, Lúcia. Semiótica Aplicada.

PERUZZOLO, Adair Caetano. Elementos de semiótica da comunicação.

Grupo de trabalho: Lucielle e Fabiana

h1

Hipótese do Agendamento

novembro 11, 2010

Em 1922, o jornalista americano Walter Lippmann propôs a tese de que as pessoas não respondiam aos fatos do mundo real. Elas viviam em um pseudo-ambiente composto pelas “imagens em suas cabeças“, fornecidas pela mídia na configuração deste pseudo-ambiente

Em 1963, Bernard Cohen formulou a teoria moderna do agendamento.

“Na maior parte do tempo, a imprensa pode não ter êxito em dizer aos leitores o que pensar, mas é espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o que pensar”.

Formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw na década de 70, mostra que os temas tratados na mídia, “pautam ou agendam” os temas sobre os quais a população discute.

Maxwell McCombs e Donald Shaw ao estudarem a forma como os veículos de comunicação realizavam as coberturas das campanhas políticas e eleitorais norte americanas, constataram que o principal efeito da imprensa era PAUTAR OS ASSUNTOS DA ESFERA PÚBLICA, DIZENDO ÀS PESSOAS NÃO “O QUE PENSAR, MAS EM QUE PENSAR”.

 Na Teoria do Agendamento é da competência da Imprensa a seleção dos fatos a serem noticiados. Profissionais de notícias atuam como gatekeepers da informação, permitindo o acesso a algumas e barrando outras, como seletores do que noticiar e do que não noticiar.

As informações que o público sabe e importância que são tratadas em dado momento é, em grande parte, um produto do gatekeeper midiático

A função de agendamento é um processo de três níveis:

Media Agenda (Agenda Midiática) – consiste nas questões ou acontecimentos presentes nos conteúdos midiáticos; questões discutidas na mídia. Exemplo: Caso Isabela Nardoni

 Public Agenda (Agenda Pública ou da Sociedade Civil) – é definida como as questões ou acontecimentos presentes na população em um dado período de tempo.São questões discutidas e pessoalmente relevantes para o público. Exemplo: Eco 92, Encontro do G20.

Policy Agenda (Agenda de Políticas Públicas) – refere-se às questões abordadas pelo governo, refletidas nos discursos do alto escalão ou notícias oficiais e releases. São questões que gestores públicos consideram importantes. Exemplo: Présal, Bolsa Família.

Mecanismos de agendamento

 Acumulação
Capacidade que a mídia tem de destacar um tema e acumular atenção sobre ele.

 Consonância
Apesar de diferentes técnicas e linguagem, existe concentração no tema e atuação de maneira idêntica ao tratar do assunto.

Onipresença
Capacidade de estar em todos os lugares, quando um acontecimento ultrapassa as barreiras de seu espaço.

Frame temporal
Enquadramento no tempo: período de levantamento de dados e construção do acontecimento são diferentes. Uma matéria do caso Isabela Nardoni é lida em 10 minutos, mas o julgamento durou vários dias.

Time lag
O intervalo de tempo que marca o efeito da agenda midiática sobre outra pode ser maior ou menor. Exemplo: “assalto as poupanças” e divulgação do H1N1.

Relevância
Um acontecimento é diferenciado e noticiado independente do tratamento. As notícias são relevantes, mas umas são mais relevantes que outras e recebem mais destaque e visibilidade.

Centralidade

Colocar como algo importante um determinado tema, de modo que ele vire centro de atenção. É o famoso “só se fala nisso”: Copa do Mundo, Eleições.

 Tematização
Maneira como o acontecimento é exposto. É o enfoque que diferencia e que chama a atenção. O modo de abordar.

Saliência
Valorização individual de cada receptor. A mídia não controla, mas orienta o receptor, por meio do enfoque e atrai sua atenção.

 Focalização
Recursos estéticos, técnicos, lingüísticos para chamar atenção: olhar do apresentador, olho do texto, enquadramento, fotos usadas, cores ou preto e branco.

Grupo: Goianyr Barbosa, Jurbiléia Pinto e Márcio Di Pietro

h1

Teoria Crítica

novembro 5, 2010

TEORIA CRÍTICA

Introdução

A Teoria Crítica é inaugurada pela Escola de Frankfurt, baseada em teorias marxistas que encaram a mídia como instrumento de influência social capitalista. A Teoria Crítica age por meio de repetição, e é nela que surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a ser reproduzida tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde seu caráter artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.

Escola Frankfurt

O termo “Escola de Frankfurt” se dá de forma informal para descrever os pensadores associados com Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt (Institut für Sozialforschung), fundado por Carl Grünberg em 1923, como um anexo da Universidade de Frankfurt, foi o primeiro centro de pesquisa marxista afiliado a uma universidade maior alemã. Entretanto, o instituto inicialmente foi financiada por Felix Weil, que usava das finanças de seu pai – negociante de grãos de trigo na Argentina, para investir no instituto.

Weil era um jovem marxista que tinha escrito a sua dissertação sobre problemas práticos de se implementar o socialismo e ela foi publicada por Karl Korsch (nasceu em Tostedt, Alemanha, 15.08.1886 – 21.10.1961, foi um filósofo alemão, professor universitário, representante do chamado “marxismo ocidental” e do “comunismo de conselhos”), por isso cogitou-se o nome Instituto para o Marxismo, mas optou-se por Instituto para a Pesquisa Social. A partir de 1923 o instituto passo a ser visto como “Escola de Frankfurt” com a associação de Max Horkheimer (filósofo, sociólogo e psicólogo social), que se tornou diretor do instituto em 1930 e recrutou muitos dos mais talentosos teóricos da escola, incluindo Theodor Adorno (filósofo, sociólogo, musicólogo), Erich Fromm (psicanalista), Herbert Marcuse (filósofo) e Walter Benjamin (ensaista e crítico literário). Esta corrente foi a responsável pela disseminação de expressões como “indústria cultural” e “cultura de massa”. Devido a alguns membros do instituto nem sempre formaram uma projetos complementares ou relacionados ao assunto do instituto, alguns estudiosos têm limitado a sua visão da Escola de Frankfurt a Horkheimer, Adorno, Marcuse, Lowenthal e Pollock. Como a influência crescente do nazismo e ascensão de Hitler ao poder, em 1933, o Instituto deixou a Alemanha para Genebra antes de se mudar para Nova Iorque, em 1935, onde tornou-se afiliado da Universidade Columbia. O jornal do instituto “Zeitschrift für Sozialforschung” foi renomeado de acordo com o local como “Studies in Philosophy and Social Science” (Estudos em Filosofia e Ciência Social). Foi neste momento que muitos de seus importantes trabalhos começaram a emergir, ganhando uma recepção favorável na academia inglesa e do Estados Unidos.

Horkheimer, Adorno e Pollock afinal voltaram á Alemanha Ocidental no início dos anos 1950, apesar de Marcuse, Lowenthal, Kirchheimer e outros terem escolhido permanecer nos Estados Unidos. Foi apenas em 1953 que o Instituto foi formalmente restabelecido em Frankfurt. A Escola de Frankfurt também buscou analisar as relações sociais na Comunicação Social, no Direito, na Psicologia, na Filosofia e na área da Antropologia. A Teoria Crítica, principal abordagem da escola, orientada á pesquisar o social ficou referida como “teoria da sociedade”.

Teoria Crítica

Em 1937, o filósofo Max Horkheimer publica o artigo “Traditionelle und Kritische Theorie” (Teoria Tradicional e Teoria Crítica), dando início os primeiros pensamentos sobre a Teoria Crítica. Formulando pela primeira vez a natureza e a finalidade de um novo gênero da teoria, a crítica a sociedade, por oposição à concepção teórica tradicional, que defendia uma distinção entre o nível do conhecimento (Teoria) e a transformação histórica (prática), daí o objetivo da nova teoria, que é criar uma filosofia que realmente desse conta da evolução da razão humana no tempo. A partir de 1938, Theodor Adorno junta-se Horkheimer para fundamentar está ideia.

A Teoria Crítica inicia por meio de uma análise do sistema da economia de mercado, analisando os aspectos referentes ao desemprego, crises econômicas, domínios militares, terrorismo, condições das massas, entre outros. Sobre outros aspectos, a Teoria Crítica possibilita a autocrítica, o esclarecimento e a visão sobre as ações e dominações sociais. Por meio dessa análise, acredita-se coibir a repetição da dominação, partindo dos alertas propostos pelos pensadores de Frankfurt. A Teoria Crítica seria capaz de esclarecer a sociedade perante as ordens instituídas e vigentes. A Teoria Crítica oferece base para a composição de uma visão e de um comportamento crítico a respeito dos conflitos existentes entre ciência e cultura. Horkheimer sustentou que a teoria crítica deveria ser direcionada para a totalidade da sociedade na sua especificidade histórica, assim como ela deveria melhorar o entendimento da sociedade integrando todas as maiores ciências sociais, incluindo a geografia, economia, história, ciência política, antropologia e psicologia. Enquanto a teoria crítica deve em todas as vezes ser auto-crítica, Horkheimer insistiu que uma teoria é somente crítica se é explicativa. A teoria crítica deve portanto combinar pensamento prático e normativo para que possa “explicar o que está errado com a realidade social corrente, identificar atores para mudá-la e fornecer normas claras para o criticismo (Sistema filosófico de Kant, que procura determinar os limites do entendimento humano) e finalidades práticas para o futuro.” Visto que a teoria tradicional pode apenas refletir e explicar a realidade como presentemente é, o propósito da teoria crítica é mudá-la, nas palavras de Horkheimer, o objetivo da teoria crítica é “a emancipação dos seres humanos das circunstâncias que os escravizam”

Em suma, a Teoria Crítica visa analisar, interpretar e entender as relações sociais com o objetivo de contextualizar os fenômenos que ocorrem na sociedade, não bastaria somente colher, por meio de pesquisas, dados sociais, mas buscar um esclarecimento. Tem a meta de criar uma sociedade e organizações livres de qualquer tipo de dominação.

Indústria Cultural

Na década de 40, Adorno e Horkheimer criam o conceito de indústria cultural que trata da produção da cultura como mercadoria. O termo aparece no capítulo “Kulturindustrie” – Aufklärung als Massenbetrug na obra “Dialektik der Aufklärung” (Dialética do Esclarecimento), em 1947.

 Entende-se que o mercado das massas impõe o mesmo esquema de organização e planejamento administrativo das fabricações em série aos produtos simbólicos, revistas, programas radiofônicos, filmes, música são tratados pela “indústria cultural” da mesma forma que a fabricação de automóveis. Criação em série e padronização da cultura – Racionalidade técnica como racionalidade da dominação, ou seja, os produtos passam a ser padronizados perdendo assim seu toque único, sua alma, a aura.

Os produtos culturais são entendidos como produtos feitos para impedir a atividade mental do espectador, portanto são vistos como produtos alienantes – cultura da alienação, o que reforça o pensamento de Adorno e Horkheimer que defendia uma distinção entre o nível do conhecimento (Teoria) e a transformação histórica (prática). Os produtos da Indústria Cultural prescrevem reações, a mídia passa a reproduzir a dominação através de mensagens ideológicas. A Indústria Cultural anula toda a individualidade e qualquer idéia de resistência por parte da audiência, por meio da manipulação e massificação dos produtos, a cultura erudita (música erudita) é vista como boa e verdadeira arte enquanto a cultura popular (música ligeira ou popular) é entendida como ruim e alienante.

REVISANDO

SÍNTESE DA TEORIA:

  • O comum entre os estudos de todos os autores permite inferir uma escola de pensamento que critica um mundo onde a instrumentalização das coisas torna-se a dos indivíduos.

Influência da Escola de Frankfurt:

  • Concepção negativa da mídia que manipula, aliena e engana;
  • Os meios de comunicação de massa são apenas instrumentos de controle e manipulação do pensamento coletivo, geralmente um pequeno grupo.

Crítica da Escola de Frankfurt:

  • A mídia representa ideologia dominante;
  • Os espectadores são massa ignorante que absorve a mensagem de forma passiva;

Indústria Cultural:

  • A arte passa a ser reproduzida tecnicamente, como produto de consumo da massa;
  • A obra de arte perde seu caráter artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.

Grupo de trabalho: Alan, Érica e Geovane.

h1

Mensagens Subliminares

novembro 5, 2010

O que ainda não consiste como uma teoria por enumeras inquietações é uma hipótese definida com “mensagens que nos são enviadas dissimuladamente, ocultas, abaixo dos limites de nossa percepção consciente (medidos pela ergonomia) e que vão influenciar nossas escolhas, atitudes, motivar a tomada de decisões posteriores.” Cita Flávio Calazans (2009a) em seus estudos sobre mensagens subliminares.

Houve um descaso quanto ao tema até 1957, ano em que James Vicary lançou experimentos que dariam forma ao termo subliminar e associariam o mesmo à mídia até os dias atuais. Valendo-se de sua crença no poder de indução ao subconsciente humano, Vicary divulgou um experimento famoso, que até hoje é utilizado como exemplo em referência à teoria subliminar. Vicary teria adicionado frames por frações de segundo a cenas de alguns filmes, com o auxílio de um aparelho chamado taquitóscopio. Essas cenas eram imperceptíveis ao consciente humano, porém seriam, segundo a teoria, absolvidas pela retina e levadas ao subconsciente onde seriam armazenadas fazendo da informação aderida influente na reação do receptor.

Este foi um experimento porém, o primeiro de que se tem notícia está na Bíblia e trata-se da história de Jacó e seu tio Labão, onde Jacó utiliza-se de estacas listadas e rajadas a beira do ribeirão para que as ovelhas dessem crias de mesma aparência.

O campo do subliminar já explorado por outras ciências, como a psicologia, foi então levado a público de diversas formas. Muitas das vezes sendo reconhecido como um recurso inapropriado por valer-se da absorção de informações inconscientemente, não dando aquele que as absorva à opção de resistir às mesmas.

Muitos dos estudiosos da área admitem existência subliminar e até mesmo defendem o ponto de vista ainda cientificamente duvidoso acerca de sua persuasão no individuo receptor, porém estes mesmos distinguem os subliminares que são forte fonte de estudo daqueles que são mera criatividade sem foco de seus observadores.                         Calazans enfatiza ainda mais esse assunto em seu blog, acerca do caso da “Coca-Cola invertida”.

As mensagens subliminares estão em diversas peças que compõe o nosso mundo, basta saber se elas se tornarão armas contra o consciente, ou serão desacreditadas com o tempo, fazendo com que nós, seres humanos, sedentos por poder encontremos algo menos incerto para o controle da mente que tão pouco entendemos e tanto exploramos.

Texto: Nárryma e Luciana

h1

O Homem da Multidão – Por Alan

outubro 1, 2010

Antes de falar do texto, vamos relembrar o que significa Público, Massa e Multidão.

1. “A característica do público é ser racional e defender sua individualidade. Enquanto na multidão, o indivíduo quer ser anônimo, já a massa, o sujeito que ser igual aos outros, no público ele quer ser ele mesmo.”

2. “Multidão é definida como um grupo de pessoas que agem por impulso, embora havendo um indivíduo que atua de forma consciente ou não, para incitar os demais (pessoas que compõem a multidão) criando ações de acordo com uma situação.”

O Homem da Multidão

            “O Homem das Multidões” é narrado por um homem que vai a Londres fazer um tratamento de saúde e se diverte observando, do saguão do hotel “Café D…, em Londres”, a multidão que passa na rua.

O narrador diz estar sentado no interior de um ambiente diante de um vidro, com um charuto e um jornal, e complementa contemplar atentamente os anúncios, as pessoas que enchiam o salão do hotel ou os que passavam pela rua. No primeiro momento, o personagem narrar observar dois grupos de pessoas passando, seriam as que compõem a massa indistinta. Devido as roupas, o jeito de agir, de andar, entre outros, são os “sintomas” de forte identificação da massa, pois a mesma se deixa levar pela moda, mídia ou a quem tomam como referência. Pouco mais adiante, o narrador descreve mais detalhes de outra parte das pessoas que por ali passam e consegue ver padrões de roupas, comportamentos, jeitos de andar. Vários públicos se descortinam à sua frente: escreventes, homens de negócio, advogados, homens de lazer, entre outros. O fato de demonstrarem serem pessoas críticas, conceituosas, retrata comportamentos característicos de público.

O que realmente chama a atenção do protagonista é um homem entre 60 e 70 anos. Sua fisionomia apresenta um misto de triunfo, alegria, terror e desespero, “Nunca havia visto coisa que se parecesse, mesmo que remotamente”. A impressão causada pelo personagem é tão forte, que o narrador passa a segui-lo. O homem envereda pela rua repleta de gente e, chegando à praça, passa a andar em círculos, confundindo-se com a multidão. Quando o fluxo diminui, o velho se sente angustiado e procura outra multidão e assim faz durante toda a noite sua busca por agrupamentos humanos.

A característica de “multidão” pode ser visto no próprio narrador, que segue o homem apenas na curiosidade de saber algo que nem ele sabe descrever com clareza. O psicólogo Italiano Sieghele trabalha o conceito de multidão “como agrupamento geográfico e resultado de uma sugestão, como se seus integrantes estivessem sonâmbulos, hipnotizados. Em toda multidão há condutores e conduzidos, hipnotizadores e hipnotizados”. Já o homem da multidão pode ser dito como homem-massa, incapaz de estar só, mas também incapaz de criar relacionamentos profundos. Sua única aspiração era ser aceito pelo grupo, mesmo que para isso precisasse sacrificar sua identidade, ou seja, ele pode ser dito como massa por ter certo conceito crítico, saber o que quer, mesmo que saiba apenas o que a lhe é imposto pela sociedade, meio em que vive.

Fisiologicamente, o comportamento de massa é identificado o complexo límbico, a camada do cérebro característica de mamíferos e que governa o instinto de rebanho. Assim, a aspiração máxima do integrante da massa é ser aceito pelos seus pares. Ele fará qualquer coisa para se adequar e procurará repetir os outros em tudo. É o famoso Maria vai com as outras.

No final, o narrador o abandona a perseguição com um comentário: “Esse velho é o tipo e o gênio do crime profundo. Recusa estar só. É o homem das multidões. Seria vão segui-lo, pois nada mais saberei dele, nem de seus atos. O pior coração do mundo é mais espesso do que o Hortulus Animae e talvez seja uma das grandes misericórdias de Deus o fato de que ele jamais se deixa ler”.

h1

Teoria Hipodérmica

setembro 30, 2010

A Teoria Hipodérmica, também conhecida como “mass communication research” ou como “bullet theory”, foi proposta por Harold D. Lasswell (1602-1978) e coincide, historicamente, com o período do entre-guerras (entre a primeira e segunda guerras mundiais) e com a difusão dos meios de comunicação de massa.

            Lasswell foi um cientista político e teórico da comunicação estadunidense. Sua teoria foi baseada em estudos empíricos, a partir de seu contexto social, que na época encontrava-se fragilizado pelas turbulências causadas pelas guerras e fascinado com a disseminação dos mass media.

            Como consequência, a propaganda de guerra conseguiu unir nações em torno de um ideal, tanto que a opinião que prevalecia no pós-guerra, era de que a derrota dos alemães deveu-se ao trabalho maciço de propaganda das forças aliadas. Com isso, passou-se a crer que a mídia era capaz de atingir as pessoas de tal forma, que estas fariam tudo o que lhes fosse proposto por aquela.

            Daí nasce a Teoria Hipodérmica, defendendo que a mídia de massa atingia diretamente as pessoas gerando comportamentos previsíveis e pré-determinados pelos comunicadores, como uma injeção aplicada diretamente no indivíduo. Tanto que a palavra “hipo” significa abaixo, e “dérmica” ou derme, pele, ou seja, abaixo da pele.

            Lasswell encontra fundamentos para sua teoria na psicologia behaviorista, que define todo comportamento humano como o resultado de um estímulo anterior. O estímulo, na concepção behaviorista, é a condição primária para um dado comportamento, pois não há resposta sem estímulo prévio, um não existe sem o outro (Behaviorism ou behavior em inglês = comportamento, conduta).

            Para o teórico americano, a influência que os meios de comunicação de massa excercem é ferramenta eficaz na adesão das massas à ideologias, excelente modo de gerir as opiniões públicas. Mas na verdade, apesar de, por vezes, nos comportarmos como massa, temos bagagens culturais diferentes, e isso não é levado em conta pela Teoria Hipodérmica.

            O momento histórico que concebeu tal pensamento era condizente com ele: os vínculos de comunidade se diluíam com as conturbações em voga, a sociedade estava frágil e suscetível a uma ideologia generalizada, viabilizando ao desenvolvimento de comportamentos parecidos.

             Mesmo assim, cada ser humano reage de maneira diferente frente a estímulos iguais por conta de vários fatores, os quais a teoria de Lasswell não enfatiza, a saber: fatores culturais, sociais, econômicos, psicológicos, etc. A propaganda não injeta seu conteúdo diretamente em nossas veias obrigando-nos a agir de modo mecânico e generalizado, pois não somos seres vazios, podemos e devemos pensar e relfetir nossas ações.

h1

O Homem da multidão

setembro 9, 2010

Percepção

Às vezes, as particularidades do todo podem chamar tamanha atenção ao ponto de se tornar uma obsessão. O desejo pelo desconhecido, tão fascinante como as cenas finais de uma novela. Em “O homem da multidão”, Edgar A. Poe personifica o narrador, que se encontra em um estado mental peculiar, com estranho interesse em observar, enxergar o que se passa ao redor e atribuir significado aos transeuntes, por vezes sendo extremamente detalhista em suas colocações. Vestimentas, expressões, reações, fragilidade, defeitos, adereços, tudo servia de informação para traçar perfis e assim agrupar os desconhecidos em categoria que iam de nobres até a classe mais subalterna da cidade de Londres.

Enquanto contemplava a multidão, uma expressão incompreensível aos seus sentidos despertou-lhe um interesse excêntrico, incomum em investigar o que não se deixava revelar no rosto daquele velho decrépito, como o próprio narrador o descreve.  A partir daí, lança-se a persegui-lo, envolvendo o leitor a acompanhar com a mesma curiosidade, o desfeche da história. Seriam os segredos sombrios do homem da multidão desvendados? Teria a resposta às suas inquietações? Após uma longa caminhada pela madrugada afora, o vazio, o nada. Um eterno andar em círculos. Não havia o que descobrir. Não havia essência. O homem solitário, que por algum motivo não conseguia distanciar-se da multidão.

Quantos de nós, também não estamos agindo como aquele homem da multidão, sem identidade, num mundo de aglomerados, onde não pensamos por nós mesmos, simplesmente agimos de acordo com a maioria. Aparentemente diferente, mas perdido no seu íntimo, buscando se encontrar na multidão. Perdidos numa selva humana, sem compreender o porquê de nossas próprias atitudes. Sem sentido, continuamos a repetir o ciclo vicioso que nos levará ao mesmo ponto de partida.

Na era da velocidade, somos pressionados constantemente a nos equipararmos a força de produção da máquina, mal temos tempo em observar a nós mesmos. O narrador, por um motivo de saúde, foi excluído desse ritmo frenético, poderia passar horas do seu tempo observando a vida alheia e por algum momento distanciar-se do seu estado físico e mergulhar na fendas de um enigma intrigante. Talvez ele represente os que param no meio do caminho e vivem procurando na vida dos outros um sentido para própria existência. Ou, simplesmente o curioso sem razão. Tão misterioso quanto o próprio homem da multidão.

Texto: Marcielle Dourado

h1

Leitura – O Homem da Multidão

agosto 27, 2010
Todos os alunos:
 
Fazer a leitura do texto disponível no endereço: http://www.contosdoumbral.hpg.ig.com.br/homemdamultidao.pdf.
Marcielle e Alan
 
Depois da leitura, fazer um texto pequeno, imprimindo suas percepções quando aos elementos abordados pelo autor. Vocês podem e devem trazer elementos ilustrativos que possam enriquecer suas posições.
h1

Teoria da comunicação

agosto 9, 2010

Teoria da comunicação são estudos acadêmicos que pesquisam os efeitos, origens e funcionamento do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e cognitivos. Englobam psicologia, filosofia e sociologia, dependendo do tipo de abordagem e dos objetivos da pesquisa.

Os estudos em Comunicação Social começaram com a crescente popularização das tecnologias midiáticas e seu uso durante as experiências totalitárias da Europa. Em sua primeira fase, concentraram suas atenções sobre as mensagens da mídia e seu efeito sobre os indivíduos; na segunda, enfatizaram o processo de seleção, produção e divulgação das informações através da mídia.

Fonte: Wikipedia