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Teoria Crítica

novembro 5, 2010

TEORIA CRÍTICA

Introdução

A Teoria Crítica é inaugurada pela Escola de Frankfurt, baseada em teorias marxistas que encaram a mídia como instrumento de influência social capitalista. A Teoria Crítica age por meio de repetição, e é nela que surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a ser reproduzida tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde seu caráter artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.

Escola Frankfurt

O termo “Escola de Frankfurt” se dá de forma informal para descrever os pensadores associados com Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt (Institut für Sozialforschung), fundado por Carl Grünberg em 1923, como um anexo da Universidade de Frankfurt, foi o primeiro centro de pesquisa marxista afiliado a uma universidade maior alemã. Entretanto, o instituto inicialmente foi financiada por Felix Weil, que usava das finanças de seu pai – negociante de grãos de trigo na Argentina, para investir no instituto.

Weil era um jovem marxista que tinha escrito a sua dissertação sobre problemas práticos de se implementar o socialismo e ela foi publicada por Karl Korsch (nasceu em Tostedt, Alemanha, 15.08.1886 – 21.10.1961, foi um filósofo alemão, professor universitário, representante do chamado “marxismo ocidental” e do “comunismo de conselhos”), por isso cogitou-se o nome Instituto para o Marxismo, mas optou-se por Instituto para a Pesquisa Social. A partir de 1923 o instituto passo a ser visto como “Escola de Frankfurt” com a associação de Max Horkheimer (filósofo, sociólogo e psicólogo social), que se tornou diretor do instituto em 1930 e recrutou muitos dos mais talentosos teóricos da escola, incluindo Theodor Adorno (filósofo, sociólogo, musicólogo), Erich Fromm (psicanalista), Herbert Marcuse (filósofo) e Walter Benjamin (ensaista e crítico literário). Esta corrente foi a responsável pela disseminação de expressões como “indústria cultural” e “cultura de massa”. Devido a alguns membros do instituto nem sempre formaram uma projetos complementares ou relacionados ao assunto do instituto, alguns estudiosos têm limitado a sua visão da Escola de Frankfurt a Horkheimer, Adorno, Marcuse, Lowenthal e Pollock. Como a influência crescente do nazismo e ascensão de Hitler ao poder, em 1933, o Instituto deixou a Alemanha para Genebra antes de se mudar para Nova Iorque, em 1935, onde tornou-se afiliado da Universidade Columbia. O jornal do instituto “Zeitschrift für Sozialforschung” foi renomeado de acordo com o local como “Studies in Philosophy and Social Science” (Estudos em Filosofia e Ciência Social). Foi neste momento que muitos de seus importantes trabalhos começaram a emergir, ganhando uma recepção favorável na academia inglesa e do Estados Unidos.

Horkheimer, Adorno e Pollock afinal voltaram á Alemanha Ocidental no início dos anos 1950, apesar de Marcuse, Lowenthal, Kirchheimer e outros terem escolhido permanecer nos Estados Unidos. Foi apenas em 1953 que o Instituto foi formalmente restabelecido em Frankfurt. A Escola de Frankfurt também buscou analisar as relações sociais na Comunicação Social, no Direito, na Psicologia, na Filosofia e na área da Antropologia. A Teoria Crítica, principal abordagem da escola, orientada á pesquisar o social ficou referida como “teoria da sociedade”.

Teoria Crítica

Em 1937, o filósofo Max Horkheimer publica o artigo “Traditionelle und Kritische Theorie” (Teoria Tradicional e Teoria Crítica), dando início os primeiros pensamentos sobre a Teoria Crítica. Formulando pela primeira vez a natureza e a finalidade de um novo gênero da teoria, a crítica a sociedade, por oposição à concepção teórica tradicional, que defendia uma distinção entre o nível do conhecimento (Teoria) e a transformação histórica (prática), daí o objetivo da nova teoria, que é criar uma filosofia que realmente desse conta da evolução da razão humana no tempo. A partir de 1938, Theodor Adorno junta-se Horkheimer para fundamentar está ideia.

A Teoria Crítica inicia por meio de uma análise do sistema da economia de mercado, analisando os aspectos referentes ao desemprego, crises econômicas, domínios militares, terrorismo, condições das massas, entre outros. Sobre outros aspectos, a Teoria Crítica possibilita a autocrítica, o esclarecimento e a visão sobre as ações e dominações sociais. Por meio dessa análise, acredita-se coibir a repetição da dominação, partindo dos alertas propostos pelos pensadores de Frankfurt. A Teoria Crítica seria capaz de esclarecer a sociedade perante as ordens instituídas e vigentes. A Teoria Crítica oferece base para a composição de uma visão e de um comportamento crítico a respeito dos conflitos existentes entre ciência e cultura. Horkheimer sustentou que a teoria crítica deveria ser direcionada para a totalidade da sociedade na sua especificidade histórica, assim como ela deveria melhorar o entendimento da sociedade integrando todas as maiores ciências sociais, incluindo a geografia, economia, história, ciência política, antropologia e psicologia. Enquanto a teoria crítica deve em todas as vezes ser auto-crítica, Horkheimer insistiu que uma teoria é somente crítica se é explicativa. A teoria crítica deve portanto combinar pensamento prático e normativo para que possa “explicar o que está errado com a realidade social corrente, identificar atores para mudá-la e fornecer normas claras para o criticismo (Sistema filosófico de Kant, que procura determinar os limites do entendimento humano) e finalidades práticas para o futuro.” Visto que a teoria tradicional pode apenas refletir e explicar a realidade como presentemente é, o propósito da teoria crítica é mudá-la, nas palavras de Horkheimer, o objetivo da teoria crítica é “a emancipação dos seres humanos das circunstâncias que os escravizam”

Em suma, a Teoria Crítica visa analisar, interpretar e entender as relações sociais com o objetivo de contextualizar os fenômenos que ocorrem na sociedade, não bastaria somente colher, por meio de pesquisas, dados sociais, mas buscar um esclarecimento. Tem a meta de criar uma sociedade e organizações livres de qualquer tipo de dominação.

Indústria Cultural

Na década de 40, Adorno e Horkheimer criam o conceito de indústria cultural que trata da produção da cultura como mercadoria. O termo aparece no capítulo “Kulturindustrie” – Aufklärung als Massenbetrug na obra “Dialektik der Aufklärung” (Dialética do Esclarecimento), em 1947.

 Entende-se que o mercado das massas impõe o mesmo esquema de organização e planejamento administrativo das fabricações em série aos produtos simbólicos, revistas, programas radiofônicos, filmes, música são tratados pela “indústria cultural” da mesma forma que a fabricação de automóveis. Criação em série e padronização da cultura – Racionalidade técnica como racionalidade da dominação, ou seja, os produtos passam a ser padronizados perdendo assim seu toque único, sua alma, a aura.

Os produtos culturais são entendidos como produtos feitos para impedir a atividade mental do espectador, portanto são vistos como produtos alienantes – cultura da alienação, o que reforça o pensamento de Adorno e Horkheimer que defendia uma distinção entre o nível do conhecimento (Teoria) e a transformação histórica (prática). Os produtos da Indústria Cultural prescrevem reações, a mídia passa a reproduzir a dominação através de mensagens ideológicas. A Indústria Cultural anula toda a individualidade e qualquer idéia de resistência por parte da audiência, por meio da manipulação e massificação dos produtos, a cultura erudita (música erudita) é vista como boa e verdadeira arte enquanto a cultura popular (música ligeira ou popular) é entendida como ruim e alienante.

REVISANDO

SÍNTESE DA TEORIA:

  • O comum entre os estudos de todos os autores permite inferir uma escola de pensamento que critica um mundo onde a instrumentalização das coisas torna-se a dos indivíduos.

Influência da Escola de Frankfurt:

  • Concepção negativa da mídia que manipula, aliena e engana;
  • Os meios de comunicação de massa são apenas instrumentos de controle e manipulação do pensamento coletivo, geralmente um pequeno grupo.

Crítica da Escola de Frankfurt:

  • A mídia representa ideologia dominante;
  • Os espectadores são massa ignorante que absorve a mensagem de forma passiva;

Indústria Cultural:

  • A arte passa a ser reproduzida tecnicamente, como produto de consumo da massa;
  • A obra de arte perde seu caráter artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.

Grupo de trabalho: Alan, Érica e Geovane.