Em 1922, o jornalista americano Walter Lippmann propôs a tese de que as pessoas não respondiam aos fatos do mundo real. Elas viviam em um pseudo-ambiente composto pelas “imagens em suas cabeças“, fornecidas pela mídia na configuração deste pseudo-ambiente
Em 1963, Bernard Cohen formulou a teoria moderna do agendamento.
“Na maior parte do tempo, a imprensa pode não ter êxito em dizer aos leitores o que pensar, mas é espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o que pensar”.
Formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw na década de 70, mostra que os temas tratados na mídia, “pautam ou agendam” os temas sobre os quais a população discute.
Maxwell McCombs e Donald Shaw ao estudarem a forma como os veículos de comunicação realizavam as coberturas das campanhas políticas e eleitorais norte americanas, constataram que o principal efeito da imprensa era PAUTAR OS ASSUNTOS DA ESFERA PÚBLICA, DIZENDO ÀS PESSOAS NÃO “O QUE PENSAR, MAS EM QUE PENSAR”.
Na Teoria do Agendamento é da competência da Imprensa a seleção dos fatos a serem noticiados. Profissionais de notícias atuam como gatekeepers da informação, permitindo o acesso a algumas e barrando outras, como seletores do que noticiar e do que não noticiar.
As informações que o público sabe e importância que são tratadas em dado momento é, em grande parte, um produto do gatekeeper midiático
A função de agendamento é um processo de três níveis:
Media Agenda (Agenda Midiática) – consiste nas questões ou acontecimentos presentes nos conteúdos midiáticos; questões discutidas na mídia. Exemplo: Caso Isabela Nardoni
Public Agenda (Agenda Pública ou da Sociedade Civil) – é definida como as questões ou acontecimentos presentes na população em um dado período de tempo.São questões discutidas e pessoalmente relevantes para o público. Exemplo: Eco 92, Encontro do G20.
Policy Agenda (Agenda de Políticas Públicas) – refere-se às questões abordadas pelo governo, refletidas nos discursos do alto escalão ou notícias oficiais e releases. São questões que gestores públicos consideram importantes. Exemplo: Présal, Bolsa Família.
Mecanismos de agendamento
Acumulação
Capacidade que a mídia tem de destacar um tema e acumular atenção sobre ele.
Consonância
Apesar de diferentes técnicas e linguagem, existe concentração no tema e atuação de maneira idêntica ao tratar do assunto.
Onipresença
Capacidade de estar em todos os lugares, quando um acontecimento ultrapassa as barreiras de seu espaço.
Frame temporal
Enquadramento no tempo: período de levantamento de dados e construção do acontecimento são diferentes. Uma matéria do caso Isabela Nardoni é lida em 10 minutos, mas o julgamento durou vários dias.
Time lag
O intervalo de tempo que marca o efeito da agenda midiática sobre outra pode ser maior ou menor. Exemplo: “assalto as poupanças” e divulgação do H1N1.
Relevância
Um acontecimento é diferenciado e noticiado independente do tratamento. As notícias são relevantes, mas umas são mais relevantes que outras e recebem mais destaque e visibilidade.
Centralidade
Colocar como algo importante um determinado tema, de modo que ele vire centro de atenção. É o famoso “só se fala nisso”: Copa do Mundo, Eleições.
Tematização
Maneira como o acontecimento é exposto. É o enfoque que diferencia e que chama a atenção. O modo de abordar.
Saliência
Valorização individual de cada receptor. A mídia não controla, mas orienta o receptor, por meio do enfoque e atrai sua atenção.
Focalização
Recursos estéticos, técnicos, lingüísticos para chamar atenção: olhar do apresentador, olho do texto, enquadramento, fotos usadas, cores ou preto e branco.
Grupo: Goianyr Barbosa, Jurbiléia Pinto e Márcio Di Pietro